Poucas nações têm a história futebolística do Uruguai. Aninhado na margem norte do Rio da Plata, o país de uma população de pouco mais de três milhões possui uma impressionante coleção de Copas do Mundo, Jogos Olímpicos e títulos continentais e um rol que se compara favoravelmente com os melhores do mundo. Contudo, os anos de glória do futebol uruguaio são hoje apenas uma lembrança, com a Celeste tendo feito apenas duas aparições durante os últimos cinco Mundiais.
O homem encarregado mais uma vez da tarefa de melhorar esse retrospecto é Oscar Tabarez, em sua segunda passagem como treinador nacional, tendo levado os uruguaios até as oitavas na Itália em 1990. El Maestro, como é conhecido em sua terra natal, certamente tem os recursos necessários para fazer alcançar estes objetivos. Polvilhado com jogadores de grandes ligas da Europa, sua jovem equipe está determinada a impressionar na África do Sul, e tem em Diego Forlan e Luís Suarez a qualidade necessária para avançar de uma disputada fase de grupos.
O caminho para a África do Sul
Assim como nas duas últimas Eliminatórias, o Uruguai terminou em quinto na América do Sul, o que significou mais um playoff. Mas ao contrário de quatro anos atrás, quando foram eliminados pela Austrália, os uruguaios foram desta vez sorteados contra a Costa Rica, quarta colocada na Concacaf. Os sul-americanos ganharam a vantagem na ida em San José, numa épica vitória por 1 a 0 com gol do capitão Diego Lugano. Quatro dias depois, a mostra da instabilidade da equipe: Sebastian “El Loco” Abreu, um dos poucos remanescentes da Copa de 2002, garantiu o empate em 1 a 1 que devolveu os bicampeões mundiais ao maior evento do mundo.
Nas Eliminatórias, os Charrúas marcaram 28 gols ao todo, o terceiro melhor ataque atrás de Brasil e Chile, e somaram 24 pontos. Estes números foram quase suficientes para uma classificação automática, mas a goleada sofrida em casa para o Brasil, e a derrota também em casa para a Argentina na última rodada, cobraram seus preços.
As estrelas
O Uruguai apresenta uma mistura de jogadores jovens, frutos das últimas boas campanhas nos mundiais da categoria – especialmente o Mundial Sub 20 de 2007 - e nomes experientes, como o capitão Diego Lugano, o mais recente de uma longa linhagem de chefões uruguaios de temperamento forte. O zagueiro gosta muitas vezes de combinar suas funções defensivas com incursões lucrativas à área adversária.
Na frente, La Celeste pode contar com uma parceria temível formada por Diego Forlán e Luis Suárez. O atacante do Atlético de Madrid é outro veterano de 2002 e montou um currículo impressionante durante o seu tempo na Europa. Seu companheiro Suarez está ocupado fazendo seu nome com o Ajax. Juntos, a dupla marcou 12 gols nas eliminatórias. Apesar disso, a falta de criatividade no meio-campo mostrou-se evidente, apesar de ótimas opções para a linha de frente, e Muslera não é um nome 100% confiante para o gol.
O treinador
Aos 62 anos de idade, Oscar Washington Tabarez se prepara para sua segunda aparição na Copa do Mundo com o Uruguai. Vinte anos depois de levar a Celeste às oitavas de final pela última vez, El Maestro está determinado a regressar ao grande palco do futebol com um time jovem e polivalente.
Confiável, trabalhador e homem de poucas palavras, Tabarez começou a treinar no Bella Vista, clube local, e a equipe sub 20 nacional. Durante sua longa carreira, trabalhou em alguns dos maiores clubes do futebol mundial, dentre eles Peñarol, Boca Juniors e Milan. Retornou à seleção em 2006, assumindo o lugar de Jorge Fossati depois da derrota Celeste nos pênaltis para a Austrália na repescagem para a Copa de 2006.
"Tivemos que trabalhar duro para nos classificar, principalmente nos jogos em Montevidéu. Felizmente para nós, porém, não assistiremos de novo a Copa pela televisão. Sei que temos que melhorar muito se quisermos um bom desempenho na África do Sul, mas temos vários pontos fortes e esperamos ser capazes de mostrá-los em junho", disse.
Participações anteriores
- O Uruguai chega à sua 11ª Copa do Mundo.
- Sede da primeira Copa do Mundo, em 1930, foi campeão em casa e no Brasil em 1950, protagonizando o Maracanazzo
- A última vez que os charruas passaram das oitavas de final foi na Copa do Mundo do México, em 1970, quando terminaram em quarto.
Time-base
Muslera; Scotti, Lugano e Cáceres; Maxi Pereira, Pérez, Gargano e Álvaro Pereira; Lodeiro; Suarez e Forlán
Jogos
11/06 – 15h30 - Uruguai x França (Green Point)
17/06 – 15h30 - África do Sul x Uruguai (Loftus Versfeld)
22/06 – 11h - México x Uruguai (Royal Bafokeng Stadium)
Lista provisória de convocados
Goleiros
Fernando Muslera - Lazio (ITA)
Juan-Guillermo Castillo - Deportivo Cali (COL)
Martin Silva - Defensor Sporting
Defensores
Diego Lugano - Fenerbahce (TUR)
Diego Godin - Villarreal (ESP)
Andres Scotti - Colo Colo (CHI)
Jorge Fucile - Porto (POR)
Martin Caceres - Juventus (ITA)
Mauricio Victorino - Universidad de Chile (CHI)
Maximiliano Pereira - Benfica (POR)
Meiocampistas
Walter Gargano - Napoli (ITA)
Egidio Arevalo-Rios - Peñarol
Sebastian Eguren - AIK (SUE)
Diego Perez - Monaco (FRA)
Alvaro Pereira - Porto (POR)
Alvaro Fernandez - Universidad de Chile (CHI)
Jorge Rodriguez - River Plate (ARG)
Alvaro Gonzalez - Nacional
Ignacio Gonzalez - Valencia (ESP)
Nicolas Lodeiro - Ajax (HOL)
Atacantes
Sebastian Fernandez - Banfield (ARG)
Luis Suarez - Ajax (HOL)
Diego Forlan - Atletico de Madrid (ESP)
Edinson Cavani - Palermo (ITA)
Jorge Martinez - Catania (ITA)
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