quarta-feira, 5 de maio de 2010

Guia do Brasileirão 2010: parte 3

Mineiros e gaúchos iniciam a disputa sonhando alto

Atlético-MG

Posição em 2009:
Estadual: campeão
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Destaque: Diego Tardelli
Time base: Aranha; Carlos Alberto, Jairo Campo, Werley e Leandro (Junior); Zé Luís, Corrêa, Fabiano e Ricardinho; Muriqui (Obina) e Diego Tardelli
Aposta: Sul-Americana

O Atlético-MG parece mais forte em 2010 porque tem Luxemburgo ou Luxemburgo deu sorte ao receber um time finalmente amadurecido? O dilema de Tostines se aplica muito bem a um dos times mais enigmáticos do futebol nacional: mesmo com uma torcida apaixonada e inúmeras revelações que renderam negociações com grandes europeus e até mesmo seleção brasileira, o Galo não consegue emplacar uma boa campanha. Neste ano, o título mineiro servirá para mostrar que o elenco é capaz, e a motivação poderá ser fundamental. Com Diego Tardelli novamente em boa fase, Muriqui encaixando muito bem no grupo e Obina recuperado de contusão, o poder de fogo é respeitável. Júnior e Ricardinho conferem experiência, mas calcanhar de Aquiles é a defesa: Aranha ainda não inspira confiança e a zaga não possui nomes com os que Luxa sonha.

Cruzeiro

Posição em 2009:
Estadual: Vice
Técnico: Adílson Batista
Destaque: Kléber
Time base: Fábio; Jonathan, Leonardo Silva, Gil e Diego Renan; Fabrício, Henrique, Marquinhos Paraná e Gilberto; Thiago Ribeiro e Kléber
Aposta: Libertadores

A forma como o Cruzeiro irá encarar o campeonato depende diretamente da partida desta quarta contra o Nacional, pela Libertadores, no Uruguai: caso avance, a chave favorável vislumbra nova decisão, possivelmente até mesmo contra o Estudiantes. Neste caso, o Brasileirão seria completamente relegado à segunda importância, ficando para recuperar possíveis pontos perdidos mediante uma postura diferente, de relaxamento pós-conquista ou depressão pós-derrota. Caso o adeus à competição seja prematuro, Adílson Batista pode não resistir à pressão da torcida e todo o trabalho ficaria prejudicado. Uma coisa é certa: o Cruzeiro tem hoje um time pronto, entrosado e eficiente, talvez atrás apenas do Santos em qualidade. Mas quando se trata da Raposa, é sempre bom esperar para ver o quanto o mercado de transferências irá sangrar a equipe.

Grêmio

Posição em 2009:
Estadual: campeão
Técnico: Silas
Destaque: Jonas
Time base: Victor; Edílson, Mário Fernandes, Rodrigo e Neuton; Adilson, William Magrão, Leandro e Douglas; Jonas e Borges
Aposta: Libertadores

A torcida gremista já não lembra, mas começou o ano muito ressabiada com a equipe. Alguns até torceram o nariz para a indicação de Silas. Mas após a conquista soberana do Gauchão e as boas exibições na Copa do Brasil, como na vitória sobre o Fluminense no Maracanã, já dá para sonhar alto de novo. Silas vai conseguindo dar uma cara a equipe, que mostrou força nos contra ataques e boa consistência defensiva. Com três ex-são paulinos no elenco e um Jonas inspirado, a experiência pode pesar em um campeonato tão longo. Ficam, porém, duas dúvidas: a permanência ou não de Victor, que se for realmente convocado para a Copa deve dar adeus ao Olímpico; e como será a conciliação do Brasileiro com a Copa do Brasil, que só termina no segundo semestre e que, pelo desempenho gremista, ainda deverá fazer parte do calendário tricolor por um bom tempo.

Internacional

Posição em 2009: Vice-campeão
Estadual: Vice-campeão
Técnico: Jorge Fossati
Destaque: Carlos Alberto
Time base: Abbondanzieri; Nei, Bolívar, Sorondo e Kleber; Guiñazu, Sandro, Andrezinho (Giuliano) e D’Alessandro; Walter (Taison) e Alecsandro
Aposta: Libertadores

O Inter errou feio, de novo, em seu planejamento para o primeiro semestre: sem saber o que fazer para disputar Estadual e Libertadores ao mesmo tempo, acabou por atrasando toda a preparação, e com isso Fossati não encontrou o time ideal. Saindo atrás de todos, os resultados não vieram e a derrota na final do Gauchão, antes considerado irrelevante, pode pesar na demissão do treinador. Se a eliminação para o Banfield se concretizar, o treinador dificilmente permanecerá no Beira Rio, e todo o trabalho começará do zero. Com tudo isso, este parece ser o Inter mais fraco dos últimos anos. E se nas temporadas passadas, quando vinha como grande favorito, o Colorado não levou a taça, também não parece ser neste ano que o jejum acabará.

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