sexta-feira, 14 de maio de 2010

História das Copas - México 1986 (parte I)



A Colômbia foi escolhida sede da Copa de 86, mas por causa de uma grave crise econômica no país, abdicou da organização do evento. Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e até o Canadá foram cotados, mas o México foi escolhido pelo sucesso obtido na organização da Copa de 70. Foi a primeira vez que um país sediou o torneio pela segunda vez. Entretanto, um ano antes da competição, um forte terremoto ameaçou a realização da Copa, mas com muito esforço, o México deu mais um show de organização.

O Brasil se classificou sem dificuldades, com boa parte da seleção de 82 ainda presente, reforçada por alguns destaques, como Careca e Casagrande. Argentina, Uruguai e Paraguai também se classificaram. O Canadá teve sua única participação até hoje ao eliminar Costa Rica e Honduras. Outro estreante da Copa foi o Iraque, que eliminou a Síria e acompanharia a Coréia do Sul. Na África, Marrocos e Argélia confirmaram o domínio no continente.

Na Europa, mais uma vez a Holanda ficou de fora, desta vez eliminada por Hungria e Bélgica. A Itália já estava garantida como campeã, enquanto as favoritas Alemanha, Espanha, França e Inglaterra também garantiram vaga. Portugal se classificou pela primeira vez desde 66, mas desta vez não teve o mesmo brilho. A Dinamarca foi a outra estreante em Copas, e viria a surpreender a todos com seu futebol envolvente. A Polônia também se classificou, mas pela primeira vez sem Lato, o time não chegou muito longe.

O regulamento da Copa finalmente encontrou um formato ideal, que se repete até hoje: depois da primeira fase, os classificados jogam em partidas de mata-mata até a final. O Brasil não pegou um grupo tão fácil como quatro anos antes, mas também não teve muitos problemas. Os dois primeiros jogos foram duros, com vitórias simples sobre Espanha e Argélia, mas na terceira partida, contra a Irlanda do Norte, o time desencantou e fez 3 a 0, com dois gols de Careca. A seleção do técnico Telê Santana havia encontrado um equilíbrio entre o futebol-arte de 82 e o jogo de resultados pregado por toda a Europa como verdadeiro vencedor. Classificado, o Brasil enfrentaria a Polônia nas oitavas, que havia se classificado atrás do surpreendente Marrocos, que ficou em primeiro no grupo, e da Inglaterra. Portugal deu vexame e ficou em último.

No grupo A, um duelo muito aguardado entre a campeã Itália e a Argentina de Maradona. O jogo foi muito movimentado e o empate em 1 a 1 foi justo. A Argentina ficou em primeiro no grupo por ter vencido a Bulgária, enquanto os italianos não passaram de um empate. Os búlgaros ainda se classificaram em terceiro, ao passo que os sul-coreanos não passaram, mais uma vez, de saco de pancadas.

Já no Grupo B, os anfitriões mexicanos fizeram bonito mais uma vez: venceram a forte seleção belga, ganharam do Iraque e empataram com o Paraguai, classificando-se em primeiro, na frente dos belgas e dos paraguaios. O Iraque não marcou pontos.

No grupo C, a França de Platini passeou em campo e derrotou Hungria e o fraco Canadá, que saiu da Copa sem nem marcar gols. A Hungria, que havia protagonizado a maior goleada das Copas quatro anos antes, foi desta vez a vítima, perdendo de 6 a 0 para a União Soviética, que se classificou em segundo.

A Alemanha teve dificuldades para se classificar, empatando com o Uruguai, vencendo a Escócia e perdendo para a Dinamarca, estreante que fez história: com um futebol envolvente, venceu os alemães por 2 a 0 e goleou o Uruguai por 6 a 1, sendo apelidade de Dinamáquina. O destaque do time era o atacante Larsen, sempre ajudado por Laudrup. Alemães e uruguaios se classificaram na bacia das almas.

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