Com dinheiro para finalmente montar equipe dos sonhos, Wenger não pode esquecer da base
O final da temporada 2009/10 marcará também o fim de uma era no Emirates Stadium. Não, o Arsenal não conquistou nenhum título (permanece assim desde 2005, quando levantou a FA Cup), e Arsene Wenger não saiu do clube – ainda. Ironicamente, é exatamente agora, com o contrato do treinador chegando ao fim (quando completar 61 anos, em outubro, restarão menos de doze meses para o término do vínculo), que os Gunners terão finalmente dinheiro em caixa para trazer os jogadores de peso que faltaram nos últimos anos sob o comando do francês. A questão que ronda Holloway, então, é como e em quem investir: se nos jovens em ascensão de quem Wenger tanto gosta ou se em outros nomes, vislumbrando uma mudança de mentalidade no clube com a troca de chefia.
Mesmo que não renove seu contrato – ele já afirmou que só fala a respeito após a Copa do Mundo, e vozes importantes dentro do Emirates relatam um semblante cansado após outra temporada sem títulos –, Wenger dificilmente deixará o Arsenal. Isto porque, como todos sabem, ele é bem mais que apenas o técnico. “Ele não trabalha apenas com o time, mas molda o clube. Suas responsabilidades vao além do campo de jogo, e ele de fato controla tudo”, declarou recentemente Andrey Arshavin, numa mostra de apoio que vai além das palavras.
Mesmo que não renove seu contrato – ele já afirmou que só fala a respeito após a Copa do Mundo, e vozes importantes dentro do Emirates relatam um semblante cansado após outra temporada sem títulos –, Wenger dificilmente deixará o Arsenal. Isto porque, como todos sabem, ele é bem mais que apenas o técnico. “Ele não trabalha apenas com o time, mas molda o clube. Suas responsabilidades vao além do campo de jogo, e ele de fato controla tudo”, declarou recentemente Andrey Arshavin, numa mostra de apoio que vai além das palavras.O russo já afirmou que sua permanência em Londres depende também da permanência de Wenger. “Gostaríamos de saber que Arsene Wenger continuará no Arsenal para a próxima temporada. O mais importante aqui nao é Arshavin, Fabregas ou Van Persie. O que acontece com eles depende de Wenger, já que o clube é ele”, afirmou Dennis Lachter, empresário de Arshavin, numa tentativa de minimizar a polêmica criada após declaração do atacante sobre o sonho de defender o Barcelona. “Se jogasse apenas um ano em Barcelona, seria o ápice da minha carreira”, teria dito o atleta segundo o jornal The Daily Mail.
Enquanto lida com a relação dicotômica de Arshavin com o clube, Wenger recebeu o sinal verde da diretoria: após temporadas e mais temporadas de vacas magras, terá cerca de 45 milhões de libras esterlinas para gastar no mercado de transferências, fruto principalmente do aumento de receitas com o Emirates Stadium, severos ajustes financeiros administrativos e a venda das luxuosas casas construídas no terreno do antigo Highbury.
A pressa para contratar é grande: a intenção do treinador é acertar as negociações ainda antes da Copa do Mundo, para planejar a temporada com mais tranquilidade e evitar gastos extras com possíveis valorizações de jogadores que se saírem bem na África do Sul. A expectativa é que dois ou três nomes de impacto cheguem a Londres. Mas e como serão essas contratações? A tão falada base vai, afinal, ter sua participação diminuída ainda mais?
Dando sinais de que sua filosofia não mudará, o único alvo já revelado é o marroquinho Marouane Chamakh, cujo contrato com o Bordeux se encerra ao final da temporada, vindo assim sem a necessidade de pagamento de multas rescisórias. Caso a negociação se concretize, será mais uma opção para o já lotado setor vermelho, por mais que as contusões assombrem o ataque.
O problema, entretanto, não é o ataque, mas sim a defesa – e Wenger creditou a ela a fracasso na luta pelo título. De fato, um setor defensivo que sofra mais de quarenta gols em uma temporada não consegue ser campeão na Inglaterra, e a derrota para o Tottenham evidenciou as fraquezas da retaguarda dos Gunners. Com dinheiro em caixa, o primeiro nomes a surgir é de Philippe Mexes, que pouco jogou na surpreendente arrancada da Roma (17 partidas, ficando na reserva de Burdisso e Juan). O francês de 28 anos custaria cerca de dez milhões de libras aos cofres do Arsenal, valor alto se analisarmos sua idade e posição – por Arshavin, então com 27 anos, foram 17 milhões. Cansado das falhas de Almunia e Fabianski, Wenger também estaria próximo de tirar outro compatriota, Sebastien Frey, da Fiorentina – outros dez milhões seriam investidos no goleiro de 30 anos.
Apostar em um arqueiro experiente é compreensível, por mais que Frey não consiga brigar com os instáveis Lloris e Mandanda pela camisa um da França na Copa do Mundo. Entretanto, para quem apostou e recebeu tão bom retorno como fez com Vermaelen, o Arsenal pecará por omissão se não abrir espaço para mais garotos vindo de seu time reserva. O polonês Wojciech Szczesny, apresentado recentemente em nosso Fique de Olho, é exemplo claro disso. Craig Eastmond, campeão da FA Youth Cup com os Gunners em 2009 e no clube desde os 11 anos, pede uma oportunidade.“É claro que experiência é importante, especialmente quando alguém está lá para mostrar o caminho aos garotos, mas acredito que tenhamos jovens de muita qualidade que podem sim se firmar. Basta dar uma oportunidade”, declarou o espirituoso volante de 1,80m que pode atuar também na lateral direita. Para ele, meninos como Conor Henderson, Emmanuel Frimpong, Jay Emmanuel-Thomas, Sanchez Watt e Jack Wilshere podem levar o clube de volta ao caminho das vitórias, graças também à experiência que adquiriram em outros clubes, durante os empréstimos desta temporada. A prova disso é que Eastmond mesmo, um dos poucos a permanecer no elenco, se saiu muito bem, mesmo tendo de jogar improvisado na zaga.
Enquanto isso, Wenger mira outras estrelas ascendentes, como o comentadíssimo meiocampista Jack Rodwell, do Everton, que também pode atuar na zaga. Com dúvidas pairando sobre o futuro de Gallas, Silvestre e Sol Campbell, Rodwell pode chegar já para ser titular, ainda que tenha apenas 19 anos recém-completados. Não que isso seja problema para um garoto que estreou no sub 18 aos 14 e, um ano depois, já fazia parte dos reservas. Além dele, o uruguaio Abel Hernandez também faz parte da lista de desejos do técnico. Contudo, recém-chegado ao Palermo, la Joya já afirmou que não há interesse em deixar a Sicília neste momento – seu contrato vai até 2013.
Após anos de lamentações e desculpas, esta será a primeira temporada de Wenger com dinheiro no caixa para gastar. Se as expectativas serão maiores, as cobranças também – afinal, muito se disse sobre o potencial que sua equipe teria caso tivesse condições de contratar os jogadores que gostaria. Entretanto, gastar de maneira desregrada e fechar neste momento os olhos para a base, que sempre o socorreu, podem fazer com que o último ano do atual contrato do treinador seja, de fato, o último.
Após anos de lamentações e desculpas, esta será a primeira temporada de Wenger com dinheiro no caixa para gastar. Se as expectativas serão maiores, as cobranças também – afinal, muito se disse sobre o potencial que sua equipe teria caso tivesse condições de contratar os jogadores que gostaria. Entretanto, gastar de maneira desregrada e fechar neste momento os olhos para a base, que sempre o socorreu, podem fazer com que o último ano do atual contrato do treinador seja, de fato, o último.
Um comentário:
Ele é um grande tecnico.
Postar um comentário